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"Animação cultural" de Vilém Flusser


O texto mostra a revolta do objetos em relação à maneira como são tratados pelos homens, que se consideram mais fortes que eles quando, na verdade, são mais fracos apenas reprimem os objetos por isso. Dessa forma, podemos relacionar o "rebaixamento" dos objetos com a cultura consumista tão presente na sociedade atual que induz as pessoas a comprar objetos impulsivamente e a descartá-los rapidamente, não dando a eles seu devido valor. Muitas pessoas não reconhecem que o mundo e a sociedade atuais não seriam possíveis sem os objetos como computadores, meios de transporte e de comunicação e materiais de construção, por exemplo. Por isso, é importante que as pessoas percebam a relevância dos objetos e passem a dar-lhes maior valor, não tratando-os como se fossem algo banal.

Os objetos também estão relacionados ao poder de consumo e, consequentemente, ao status de um indivíduo numa sociedade: os mais caros dão o status de "rico" e os mais baratos, de "pobre". Grande parte dos indivíduos quer ser visto como"rico" mas não tem dinheiro suficiente para comprar os produtos mais caros, mas mesmo assim insistem e acabam se endividando e passando dificuldade financeira para conseguir comprá-los. Assim, há também uma relação de superioridade dos objetos, que conseguem determinar as ações de algumas pessoas de acordo com a ideia que eles passam.

Dessa forma, podemos perceber que a relação entre homem e objeto é bastante próxima e interdependente: enquanto o homem produz e utiliza os objetos, estes estão dotados de significados dentro da sociedade. Por isso, não é possível falar sobre superioridade de um sobre o outro, ambos são importantes e se determinam mutuamente. Sem o homem, não haveria a variedade de objetos que existem; sem os objetos, a vida humana seria impossível.

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| Por Camille Rabbi