0 e 1. Preservação e progresso. Muitas vezes, essas duas palavras são vista como ideias opostas que não podem coexistir: para haver progresso, é preciso degradar. Infelizmente, essa dicotomia tem guiado o desenvolvimento da maioria das cidades, principalmente no Brasil, levando o homem a competir espaço com a natureza, desmatando áreas verdes, desabrigando animais silvestres, destruindo montanhas, contaminando o solo com resíduos como mercúrio, produzindo toneladas e toneladas de lixo, impermeabilizando o solo, provocando alterações climáticas e explorando animais. Tudo isso em prol do progresso. Mas não precisa ser assim, mesmo porque, nesse ritmo, o planeta não vai aguentar nos sustentar por muito tempo. É possível, sim, desenvolver uma cidade de maneira sustentável, como podemos ver em Curitiba, capital do Paraná, que recebeu, dentre outros, o prêmio de cidade mais "verde" do mundo (Globe Award Sustainable) em 2010. Curitiba, além de ter um dos melhores ensinos públicos do país, investe bastante em iniciativas sustentáveis e de planejamento urbano, como fornecimento de transporte a baixo custo. A capital conta com 36 espaços urbanos de preservação com 64,5 m² de área verde por habitante, tem o Programa Câmbio Verde, que consiste numa troca entre produtores e consumidores em que alguns quilos de lixo orgânico ou óleo reciclado são revertidos em 1kg de alimento, e tem um transporte público eficiente, o BRT, que quando foi implantado, na década de 70, gerou uma diminuição de 30% dos carros nas ruas, reduzindo, assim, a emissão de gases poluentes. Além disso, diversos outros estudos e planejamentos mostram que é possível construir uma cidade tecnológica e moderna respeitando a natureza, como é o caso de Masdar City nos Emirados Árabes, que tem previsão de ser concluída até 2025. A cidade empregará apenas energias renováveis, terá zero emissão de carbono, utilizará transportes elétricos e bicicletas e o lixo produzido será totalmente reciclado. Assim, podemos ver que a separação entre progresso e preservação é uma ideia enganosa e ultrapassada, pelo contrário, estão intimamente ligadas visto que o progresso permite novas medidas para garantir a preservação e a preservação proporciona saúde e qualidade de vida para que as pessoas possam desenvolver mais.
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